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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Presos três suspeitos de torturar e matar jovem de 14 anos

A Polícia Civil prendeu, nesta quarta-feira, os três suspeitos de sequestrar, torturar e estrangular o estudante Alexandre Thomé Ivo Rojão, de 14 anos. O corpo do adolescente foi encontrado num terreno baldio no bairro Califórnia, em São Gonçalo, na madrugada de segunda-feira. Eric Boa Hora Bedruim, Alan Siqueira Freitas e André Luiz Cruz Souza, todos de 23 anos, são suspeitos de homicídio duplamente qualificado.
O delegado Geraldo Assed, da 72ª DP (Mutuá), suspeita que o crime tenha sido motivado por homofobia. Segundo ele, os suspeitos utilizam redes sociais na internet para incitar o ódio aos homossexuais:— Apuramos que os suspeitos são homofóbicos. Eles se denominam skinheads.
Os três suspeitos negaram a autoria do crime. Em depoimento, Eric admitiu já ter feito parte de um grupo de skinheads. Segundo a polícia, Alexandre participava com colegas de uma festa de aniversário durante o jogo Brasil x Costa do Marfim, no domingo, quando houve uma briga entre dois grupos. Após o confronto, os amigos de Alexandre registraram uma ocorrência de agressão na 72ª DP.
Ao sair da delegacia, o grupo foi para a casa de uma amiga, na Rua Coronel Camisão, no Mutuá, próxima ao local da festa. Por volta de 1h30m da segunda-feira, Alexandre foi para casa sozinho. Ele foi visto com vida, pela última vez, num ponto de ônibus do bairro.
O jovem foi assassinado com requintes de crueldade. No laudo cadavérico, consta que ele foi enforcado com a própria camisa, e teve lesões graves no crânio, provavelmente causadas por agressões com pedras, pedaços de madeira e objetos de ferro. Alexandre foi enterrado nesta quarta-feira no Cemitério São Gonçalo.
A mãe do garoto, Angelica Vida Ivo, de 40, disse acreditar que o crime tenha sido motivado por intolerância, mas negou que o filho fosse gay:— O Alexandre era uma criança em formação. Nunca usou drogas e nem fumou. Era heterossexual, mas podia ter amigos que tinham outras opções sexuais, porque respeitava todos.
Angelica diz ter tentado registrar queixa no domingo na delegacia, mas teria sido orientada a aguardar 48 horas após o desaparecimento do filho.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, deputado Marcelo Freixo, vai apurar o caso, pois lembra que a lei federal 11.259/05 determina o registro e buscas imediatas em casos de crianças e adolescentes desaparecidos.

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