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segunda-feira, 2 de julho de 2012

No Rio, 50 casais homossexuais têm união estável reconhecida em cerimônia coletiva


 Os 25 minutos de atraso não desanimaram as cerca de 350 pessoas que estiveram na tarde deste domingo (1º) na sede do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro para acompanhar uma cerimônia coletiva de reconhecimento da união estável homoafetiva de 50 casais.
No ano passado, a união estável entre pessoas do mesmo sexo foi reconhecidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
A diversidade era regra entre os 50 casais que trocaram alianças: gays, lésbicas, transexuais e travestis mostraram que a cerimônia era uma etapa importante na luta por direitos iguais. Após a celebração, 40 dos casais que assinaram a união estável informaram que vão à Justiça para pedir que ela seja convertida em casamento.
Aline Oliveira, 32, e Ana Cristina da Silva, 35, já moram juntas há seis anos no bairro do Jacaré, na zona norte do Rio. Aline, que tem um filho biológico e uma filha adotiva, divide com Ana a responsabilidade da criação dos dois. “Nós damos exemplos de respeito. É simples respeitar a individualidade do outro. Trabalho para que meus filhos sejam adultos mais tolerantes. Hoje minha irmã também está casando aqui. Está sendo uma comemoração em família, vamos oficializar uma união de amor que já existe”, diz Aline.
Robson Pereira, 38, e o biólogo Felipe Correa, 39, estão juntos há 12 anos e moram em São Gonçalo, região metropolitana do Rio. Felipe contou ao UOL que descobriu sua sexualidade depois de uma consulta com uma cigana.
“Com 25 anos eu descobri que era gay, com uma cigana que pediu para ler a minha mão. Ela viu na linha da vida que muitas coisas iriam mudar. Na época eu estava noivo, tive que terminar o relacionamento para seguir o meu caminho”, disse ele, mostrando a mão.
No momento do "sim", o casal mais aplaudido foi o formado pela transexual Vanessa Alves, 41, e José Barbosa, 51, que vivem juntos há mais de 20 anos em Nova Iguaçu, na baixada fluminense.
Emocionada, Vanessa disse que este é um momento muito importante em sua vida e que seu sonho é a cirurgia de mudança de sexo. “Hoje eu realizei um sonho aqui, outro será quando eu fizer a minha cirurgia de mudança de sexo." Ela contou que sua família estava toda preente na cerimônia. "Essa torcida toda que me aplaudiu é a minha família. Tenho um filho lindo e em breve serei avó”, conta.
A Desembargadora Cristina Gaulia, que presidiu a cerimônia, destacou a importância dos direitos conseguidos com a união estável. “A união estável é a união de duas pessoas que se amam, que terão seus direitos resguardados pela lei”, disse.
Cláudio Nascimento, coordenador estadual do programa Rio sem Homofobia, afirma que a decisão do STF, que completou um ano, foi de extrema importância. “Hoje é um dia especial, a decisão do STF marcou um antes e depois nos direitos dos LGBT’s têm questionar o lugar que só os heterossexuais tinham o direto de registrar a sua união” comenta.
Casos de homofobia foram lembrados durante a cerimõnia, como aquele em que dois irmãos baianos, confundidos com um casal gay, foram espancados - um deles morreu.
A cantora Leila Maria fez uma apresentação, e o hino nacional foi cantado pela travesti Jane Di Castro.
A OAB do Rio de Janeiro, que esteve no evento, aproveitou a oportunidade para recolher assinaturas para um projeto de lei que cria o Estatuto da Diversidade. O objetivo é recolher 1,4 milhão de assinaturas e levá-las para o Congresso Nacional.
Dalia Tayguara, Ana Gerbase e Cristina Cruz - membros CDHO OAB/RJ
Fonte: Rodrigo Teixeira 
Do UOL, no Rio de Janeiro 

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